Residencial Fazenda Grande 8B (MCMV): criando espaços de convivência por meio da Arquitetura
Fruto de programa Minha Casa Minha Vida, o Residencial Fazenda Grande 8B, localizado na região administrativa de Cajazeiras X, em Salvador- Bahia, é objeto de estudo deste trabalho. A descrição da atuação técnica na área, legitimada através do processo participativo, exposta e analisada neste documento, tem como objetivo tornar-lo uma ferramenta para que os moradores ganhem força frente os órgãos públicos ou instituições privadas que possam subsidiar melhorias dentro do Residencial. Assim como na maioria dos empreendimentos do PMCMV, o Residencial Fazenda Grande 8B enfrenta problemas quanto a infraestrutura das áreas comuns, assim como ausência de equipamentos que auxiliam na melhoria da qualidade de vida dos moradores, como de suporte a aquisição ao bens e serviços. Localizado em malha urbana, mas de maneira que praticamente encontra-se isolado da Cidade ao seu redor, o Residencial conta com particularidades específicas dentro do contexto dos empreendimentos do PMCV. Os residentes, em sua maioria, foram indicados por meio dos movimentos sociais aos quais pertencem. No Residencial, ao todo, são 8 movimentos sociais diferentes atuantes. Se dentro da cidade, conflitos por espaço são conflitos acima de tudo, políticos, no Fazendo Grande 8B, essa realidade é ainda mais latente. Construído como condomínio aberto, os três setores de prédios são ligados por meio de vias públicas, com espaços de utilização comum entre os blocos e em alguns outras áreas dentro da poligonal. Desta forma, existe grande dificuldade, inclusive por meios dos órgãos responsáveis pela sua implantação, do que é público ou privado, do que é de direito do condomínio, do município ou até do indivíduo. O desenho da disposição espacial dos prédios e até as cores com as quais foram pintados (uma diferente para cada setor) colaboram fortemente para fragmentação do espaço, uma vez que são dispostos de maneira que não fazem conexões entre sim. A questão espacial reflete diretamente no senso de pertencimento dos moradores, com articulação comunitária bastante fragmentada. Dentro deste contexto, com o intuito do desenvolvimento de trabalho voltado para a arquiteta, foi elaborado um estudo indicando possibilidades de implementações de melhorias para o Residencial. Utilizando o Centro de Convivência como objeto de unificação, almeja-se que o equipamento promova a sociabilidade e crescimento do senso de pertencimento.